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Precisamos falar sobre o Cerrado!
O Cerrado tem mais de quarenta milhões de anos, é o bioma mais antigo do Brasil e o mais desmatado atualmente. Ele é também o Berço das Águas do Brasil e sua vegetação é um mosaico de diversas fitofisionomias - matas úmidas, veredas, cerrado típico, cerrado rupestre, matas secas e campos limpos - muito propícias ao avistamento de aves e à fotografia. Com dosséis mais baixos, as árvores do Cerrado, no entanto, tem raízes bem mais desenvolvidas que as árvores da Mata Atlântica e Amazônia, chegando o sistema radicular a ter cinco vezes mais massa que sua copa. Como já disse a WWF, "o Cerrado é uma floresta de cabeça pra baixo".
A apenas 230 km de Brasília, a Chapada dos Veadeiros é considerada, pelo CEPF (Critical Ecosystem Partnership Fund), um dos grandes hotspots de biodiversidade brasileiros, apresentando um endemismo altíssimo de anfíbios, borboletas e flores e uma diversidade interessante de aves. Além disso, a Chapada tem mais de 150 (cento e cinquenta) cachoeiras conhecidas, possui uma cultura regional gastronômica e fitoterápica muito rica, sendo um pólo em ascensão de experiências em agroflorestas, cultivos orgânico e terapias alternativas.
Cerrado, Berço das Águas do Brasil! Uma pesquisa de autoria de Jorge Enoch F. W. Lima da Embrapa Cerrados estimou a contribuição do Bioma para a manutenção das águas das principais bacias hidrográficas brasileiras. Conforme o estudo, a bacia do São Francisco deve 94% da sua vazão ao Cerrado. O Pantanal deve 100%! “São as águas do Cerrado que viabilizam a existência do Pantanal”, já disse Lima em reportagem da Embrapa Cerrados. Outras bacias, como as do Parnaíba (100%), Tocantins/Araguaia (70%) e do Paraná (50%) também dependem em grande parte do Cerrado.
É o bioma mais desmatado atualmente. Bioma de mais de 40 milhões de anos de existência, ainda em grande parte desconhecido, com biodiversidade altíssima, poder de captação de carbono significativo em razão principalmente de seu sistema radicular portentoso e potencial fitoterápico incalculável vem sendo desmatado “a passos largos e com poucas controvérsias”, na expressão da Professora Mercedes Bustamante, ao contrário do desmatamento que acontece na Amazônia, o qual tem ampla repercussão nacional e internacional. A taxa média anual de perda de cobertura vegetal nativa atual é de cerca de 7.000 km2, enquanto em 2014 a taxa da Amazônia foi de 4.800 km2.
Se envolva nessa luta, proteja o Cerrado você também!